A construção de uma escola para tod@s é um sonho que o país persegue desde a revolução dos cravos e que, apesar da enorme evolução conseguida, ainda não foi alcançado.
Hoje as escolas dispõem de um enquadramento legal que lhes permite implementar medidas organizativas (decreto-lei 55/2018 e complementares) e pedagógicas (decreto-lei 54/2018) que facilitam a implementação das estratégias que podem contribuir para adaptar o processo de ensino-aprendizagem às caraterísticas do meio e de cada alun@ em particular, ajudando-@s a uma melhor integração e a ultrapassar as suas dificuldades, com vista ao sucesso escolar de tod@s.
Não é um processo simples nem fácil, como bem o sabem os professores. A necessidade de criar oportunidades para que os alunos possam desenvolver as competências previstas no “Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória”, em articulação com a promoção das aprendizagens essenciais, numa escolaridade obrigatória de 12 anos, é uma tarefa hercúlea (e esse trabalho dos docentes deve ser devidamente reconhecido pela sociedade). A dificuldade dessa missão decorre da necessidade de se chegar a cada um, de forma personalizada, de entre os muitos alunos de cada turma e das várias turmas com que trabalha cada professor.
Neste encargo o professor não pode estar sozinho e a escola deve criar uma rede de apoio e suporte, com base em recursos internos e externos, capaz de, com a flexibilidade necessária, gerar respostas rápidas, pois o atraso nesta resposta (ou das suas adaptações periódicas) traduz-se numa acumulação de problemas, que cada vez se tornam mais difíceis de resolver.
Neste XI Fórum AEG, “Resposta Multinível para Voar Mais Alto”, partindo do conhecimento de especialistas e do trabalho desenvolvido no AEG, pretendeu-se aprofundar a reflexão sobre esta matéria e partilhar algumas das muitas boas práticas que o Agrupamento tem implementado e que conduzem a uma retenção residual, traduzida no valor inferior a 0,5% na média de todos os anos de escolaridade do Agrupamento (do 1º ao 9ºano), em cada um dos últimos dois anos letivos.
Seguindo a estrutura habitual, o XI Fórum AEG contou com dois painéis de comunicações.
No primeiro painel moderado pela Dra. Carla Castelo Branco, Diretora Adjunta do AEG, a primeira comunicação proferida pela Dra. Helena Fonseca (da estrutura de Missão do PNPSE) destacou que a mobilização da diversidade como uma oportunidade para tornar o currículo culturalmente significativo e promotor de aprendizagens de todas as crianças e alunos, é o maior desafio das Escolas Inclusivas. Nos ambientes educativos inclusivos promovem-se pedagogias inclusivas, através de práticas de diferenciação do currículo, das estratégias e métodos de ensino, dos recursos e materiais e da avaliação e também do desenho universal para a aprendizagem; da promoção de comportamentos positivos; da abordagem multinível e da ação das equipas multidisciplinares, constituídas por docentes e técnicos especializados com olhares complementares e colaborativos no atendimento à diversidade. Na segunda comunicação a preletora, Dra. Adelaide Dias (técnica superior da CMVNF) lembrou que “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. A Escola atual constitui-se como um espaço alargado, amplo, sem muros, onde todos têm um papel e função que convergem em direção ao mesmo objetivo: o desenvolvimento integral das crianças, adolescentes e jovens. Com base na premissa e no reforço da autonomia da escola, reconhecendo esta autonomia como essencial para garantir a individualidade de cada Escola, o Município reforça os seus serviços com técnicos especializados que colaboram ativamente com as várias equipas da Escola no sentido de reforçar a inclusão e equidade educativa, dando alguns exemplos de resultados dos trabalhos desenvolvidos neste âmbito.
No segundo painel, conduzido pela Dra. Judite Costa (Psicóloga do AEG), a Dra. Maria Arminda Barroso (Diretora adjunta do AEG e Coordenadora da EMAEI), na primeira comuicação, destacou que a potencialidade do trabalho de equipa EMAEI, que no AEG tem um historial que inicia antes da publicação do decreto-lei 54/2018, reside no facto de cada membro, com os seus saberes, partilhar os seus conhecimentos e estratégias de forma a constituir-se uma intervenção única, para colmatar as lacunas por um lado e para potenciar o desenvolvimento de competências por outro, em cada aluno, estabelecendo um continuum de respostas para todos os alunos, exigindo-se-lhe organização, planeamento e envolvimento, considerando que este é um grande desafio, visto que implica repensar a Escola em todas as suas dimensões, pois TODA A INCLUSÃO DEPENDE PRIMORDIALMENTE DA MÃO DE CADA UM E DA FORMA COMO DAMOS A MÃO. Na segunda intervenção, o Dr. Carlos Fernandes (docente da Educação especial e representante do Centro de Apoio à aprendizagem no Conselho Pedagógico), na modalidade de vídeoconferência, por estar em isolamento face ao facto de estar infetado com o Corona Vírus, abordou os procedimentos adotados no Agrupamento de Escolas de Gondifelos no âmbito do processo da implementação dos vários níveis de medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão, dando exemplos de algumas estratégias concretas planeadas e implementadas para promoverem a aprendizagem e inclusão no AEG, destacando que, no contexto da educação inclusiva, o ponto de partida deve ter como matriz as potencialidades, o “currículo subjectivo”, de cada aluno, sendo imprescindível que as estratégias pedagógicas sejam diversificadas, com base nos interesses, habilidades e necessidades de cada um, de modo a que cada aluno trabalhe na sala de aula, dentro do mesmo currículo, ao seu nível e ao seu ritmo.
Este XI Fórum AEG teve ainda a particularidade de integrar a apresentação de Votos de Louvor aprovados pelo Conselho Geral, em reunião de 14 de março, direcionados quer ao Diretor, Dr. Jones Maciel, quer aos elementos da sua equipa, Dr. Filipe Martins (Diretor Adjunto), Dra. Maria Arminda Barroso (Diretora Adjunta) e Dra. Carla Castelo Branco (Diretora Adjunta), pelo excelente trabalho e dedicação, como elementos da Direção, desde junho de 2009 e que, fazendo jus à máxima do Agrupamento “Voar Mais Alto”, contribuíram para fazer do AEG a “Escola para Um Amanhã Diferente”.
Sendo, uma atividade que mobiliza a generalidade da comunidade educativa, muitos “por trás da cortina”, agradece-se a todos os que contribuíram para que este encontro de reflexão e partilha se tornasse possível, em particular aos/às convidad@s palestrantes, ao Sr. Presidente do Conselho Geral, Dr. Carlos Bom, ao Sr. Vereador da Educação, Dr. Augusto Lima e ao representante da Sra. Vereadora da Juventude, Dr. Joaquim Freitas, pelas breves reflexões na sessão de abertura e de encerramento respetivamente, bem como ao Clube de Música e ao grupo de alunos do Ícaro Dance, pelos momentos culturais apresentados.
Espera-se que este Fórum tenha sido mais um ponto de partida do que de chegada, fator de motivação para todos os participantes aprofundarem cada vez mais as mudanças das suas práticas de modo a que os nossos alunos possam VOAR MAIS ALTO.